domingo, 3 de setembro de 2023

Lendo, de novo, os poemas de Wislawa Szymborska, peta polonesa ganhadora do Nobel de 1996, que faleceu em 2012, aos 88 anos.

Foi funcionária pública e também trabalhou como secretária e editora de uma revista educativa, atuando como ilustradora. Num primeiro momento, aproximou-se da filosofia socialista e tornou-se membro do Partido dos Trabalhadores Poloneses, como a maioria dos intelectuais da época. Em 1954, sua segunda coletânea de poemas exaltou esse pensamento. Mas, na terceira coleção de poemas, publicada em 1957, revelou a desilusão e a insatisfação pela ideologia, transparecendo o desencantamento nos seus poemas.

De tudo um pouco, da filosofia à vida cotidiana, um olhar diferenciado, distinto... De um quadro no museu a um gato abandonado, das tragédias do século à fragilidade da vida, da indiferença do universo com a espécie humana à receita de como escrever um currículo, todos os temas atravessados por um certa ironia.

Adorei ler "A mulher de Lot", sobre a destruição de Sodoma e Gomorra. Na Bíblia, essa personagem deve uma ou duas linhas, mas aqui ot" reto- ma a história bíblica da destruição de Sodoma. A mulher de Lot, a quem a Bíblia dedica apenas uma ou duas linhas, dizendo que ela se voltou para a cidade e foi transformada numa estátua de sal, como fosse símbolo da curiosidade feminina, aqui explica as suas razões, muitas e talvez banais, como são as ações humanas.




São Paulo, julho/agosto 2023.





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